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Em 2015, a Expedição completa sua terceira edição. Diferente dos anos anteriores, este ano, a expedição aconteceu no município de Nova Veneza, na região do Rio Cedro Alto, em um cenário impressionante, rodeado de cachoeiras, com floresta densa, e altitudes variando entre 200 a 1100 metros.
A expedição foi realizada em duas etapas, a primeira no mês de Setembro, entre os dias 28/9 à 30/09 e a segunda nos dias 13 e 14/10. A Expedição Aguaí é uma ação conjunta composta por seis pesquisadores de diferentes áreas, a avifauna representada por Alexandre Bianco e Carolina Freitas, anfíbios e répteis por Fabio Hammen Llanos, peixes por Caio Feltrin e mamíferos de médio e grande porte por Micheli Ribeiro Luiz e Júnior Santos.
Durante os cinco dias de levantamento, os pesquisadores andaram por longas trilhas, percorreram rios, caminharam por encostas íngremes da serra, em busca de reunir informações sobre a fauna local. Entre os resultados alcançados, destacam-se o registro de diferentes grupos de animais ameaçados de extinção, espécies indicadoras da qualidade ambiental, e espécies raramente capturadas, como o lagartinho Placosoma glabellum, que em termos de distribuição, Santa Catarina pode ser considerado seu limite sul.
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Completando seu segundo ano, a Expedição Aguaí 2013 contou com a participação de pesquisadores que atuam em diferentes áreas da fauna, já que todos os grupos da vida silvestre estão intimamente interligados. Entre os grupos inventariados estão mamíferos terrestres de médio e grande porte que foram avaliados pelo pesquisador José Carlos do Santos Júnior, aves por Alexandre Bianco e Caroline Freitas, anfíbios por Guilherme dos Santos de Lucca e Fabio Hammen Llanos e peixes por Caio Feltrin.
O método de pesquisa utilizado foi a Avaliação Ecológica Rápida. Durante quatro dias de pesquisa, surgiram descobertas importantes que revelaram diferentes grupos de animais ameaçados de extinção, espécies consideradas bioindicadoras de qualidade ambiental, e até mesmo, uma espécie de ave inimaginável de ser avistado na reserva, o Gavião-de-penacho (Spizaetus ornatus).
Registrar a nova ocorrência de uma espécie é muito importante, pois ajuda os pesquisadores a compreender cada vez mais a exata dimensão da extraordinária complexidade natural que nos cerca.
Traçando um paralelo com as espécies descritas no plano de manejo, a Expedição trouxe novas informações sobre a fauna silvestre, que justificam cada vez mais a preocupação da sociedade com a preservação desta área extremamente importante
sob o ponto de vista da conservação. Promover o conhecimento da reserva é fundamental para que ela seja mais bem gerida.
“Somente fornecendo conhecimento poderemos tomar decisões coerentes e responsáveis sobre o futuro da reserva do Aguaí”
Em relação à expedição realizada em 2012 (que teve temperaturas abaixo de zero grau), pode-se dizer que este ano as condições climáticas não foram tão severas, possibilitando assim obter-se o registro de novas
espécies. Neste caso, vale ressaltar que a variação sazonal é determinante para a ocorrência de alguns grupos animais e, tendo em vista esta condição, a próxima Expedição está prevista para acontecer noVerão de 2014.
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EXPEDIÇÃO AGUAÍ 2012
A manhã de segunda-feira começou registrando 3 graus. Para iniciar o dia foi servido um café reforçado, pois para realizar a primeira atividade seria preciso bastante energia. A equipe saiu da base do projeto às 8 horas da manhã, munida de seis armadilhas fotográficas, aparelho de som para realização de playback, gravador de vocalização, máquinas fotográficas, binóculo e gps, preparados para subir a Trilha dos Tropeiros.
Mais a frente, em outro trecho da mata foi avistada diversas aves, onde foi parado para observar e fotografar. Algumas das aves foram identificadas in loco. Em outro percurso da trilha, numa área mais aberta e com muitas pedras, foram encontradas fezes com aspecto diarréico, muito parecido com fezes de cachorro doméstico. Outra amostra de fezes foi encontrada no mesmo local, porém, está já estava ressecada, mas mesmo assim foi examinada por um dos pesquisadores, que observou a presença de ossos.
Chegando às Três Pedras, foi avistada uma gruta. Neste momento, um dos montanhistas da expedição contou um pouco a respeito da historia da região e do povo que habitou este lugar. Um pouco antes das Três Pedras foi instalada a primeira armadilha fotográfica.
Neste momento foi feita uma análise superficial e na seqüência as fezes foram coletadas para triagem. O que foi observado de imediato foram espinhos de ouriço caixeiro, vértebras, pêlos de felino e um suposto dente ou unha. Em função do “sitio de defecação” ser uma forte evidencia da presença de animais silvestres foram instaladas neste local três armadilhas fotográficas. Logo depois de instalado o equipamento foi feita uma pausa para um lanche, recarregando as energias para a descida.
A segunda parada aconteceu quando o grupo encontrou no caminho um turista uruguaio. Para a surpresa de todos, ele era um ex-caçador de puma, que demonstrou arrependimento, contando sobre sua paixão pelo meio ambiente, suas viagens e seus encontros fotográficos com a fauna latina. Mesmo sendo engenheiro agrônomo, o visitante demonstrou vasto conhecimento sobre a vida selvagem, relatando seu encontro com um puma no período reprodutivo e alertando que a vocalização utilizada pela expedição era de um puma em fase de reprodução. O encontro com o turista se tornou bem importante pois gerou novas informações para a expedição.
10/07 - Terça-feira
Logo após o almoço, o grupo preparou os equipamentos (puçá, balde, rede, mini-aquário e máquinas fotográficas) e foram todos descendo em direção ao Rio São Bento, que é formado pela confluência do Rio da Serra e Rio da Mina. O primeiro ponto amostrado foi um riacho próximo a sede do projeto. Neste ponto foram coletadas três espécies: Heptapterus mustelinus, Scleromystax salmacis e Astyanax cf. fasciatus. Logo em seguida foi amostrada outra área, onde o riacho cortava a estrada, e por mais simples que aparentasse o local foi coletado mais quatro novas espécies: Characidium pterostictum, Epactionotus gracilis, Pareiorhaphis stomias e Jenynsia unitaenia. Na margem do rio, sobre uma pedra também foi encontrado fezes de lontra, que imediatamente foi coletada para posterior análise.
Subindo o rio, foi feito uma pequena parada para levantar aspectos da água, como a temperatura, local das nascentes e escoamento das encostas. Na confluência do Rio da Serra e do Rio da Mina foram registradas mais duas espécies (Mimagoniates microlepis e Mimagoniates rheocharis). Ao longo de todo o percurso foram registradas outras espécies que incluíram Australoheros sp., Pareiorhaphis nudulus, Rineloricaria cf. kronei, Astyanax spp .e Cyanocharax itaimbe, totalizando 13 espécies de peixes e um coridalídeo (inseto da ordem Megaloptera).
Já no final da tarde, quando começou a cair à chuva, o grupo retornou para a base do projeto e começou a iniciar o registro fotográfico de cada espécie registrada durante o dia. Paralelo ao registro fotográfico foi realizado observação noturna onde foram identificadas duas espécies comuns de anfíbios sendo elas Rhinella abei e Scinax perereca. Outra atividade compreendeu a triagem das fezes encontradas no sitio de defecação. As amostras foram peneiradas em água corrente e maceradas.
O conteúdo das amostras (restos de ossos, dentes, unhas, casca de cebola, pêlos, escamas, vermes, espinhos de ouriço caixeiro e sementes) foi analisado e colocado em diferentes recipientes. Depois de terminado o processo de triagem, o grupo acredita que de acordo com a altitude que a amostra foi encontrada, tendo em vista o diâmetro das fezes e vestígios de mamíferos, tudo indica ser um puma utilizando o sítio de defecação para demarcar seu território. 11/07 – Quarta-feira
Logo adiante foi avistada fezes de felinos sob uma pedra, que foi coletada para ser analisada juntamente com as demais amostras. Adentrando a mata, infelizmente o grupo se deparou com mais um crime ilegal na reserva, a extração de palmito, que afeta diretamente a fauna, reduzindo a oferta de alimentos, provocando o empobrecimento do ecossistema e a redução da biodiversidade.
No período da tarde, a pesquisa foi direcionado para a encosta do Morro da Mina, na face sul. Durante a subida lisa e íngreme foram identificados forrageio de tatus e muitas tocas construídas em pedras e árvores. Ao chegar à aresta da encosta, um dos montanhistas mostrou ao grupo a rota dos primatas (Alouatta clamitans e Cebus nigritus). No Morro da Mina também foi avistado uma ave de rapina, que tinha tudo para ser um urubu-rei (Sarcoramphus papa). 12/07 – Quinta-feira
De volta para a base do projeto, foi encontrado na trilha um nativo da antiga comunidade do Costão da Serra, onde o grupo se comoveu com a história por ele contada. No final da trilha, novamente foi encontrado fezes frescas, que aparentava ser de Leopardus pardalis, devido ao tamanho e textura. Imediatamente a fezes foi coletada. Chegando à base do projeto, as fezes foram triadas e reunida com as demais amostras. Terminada as atividades foi feito um jantar reforçado, para preparar a galera para a caminhada do próximo dia. 13/07 - Sexta-feira
Como o frio naquele dia estava além do normal, à próxima parada foi logo após a pedra lisa, onde foi encontrada uma brecha de sol para se aquecer e tomar fôlego para o restante do trecho. Alguns metros a diante foi avistado uma das armadilhas instaladas. O equipamento foi checado e não havia registros. Continuando a caminhada, a equipe só parou a 750 metros de altitude, onde haviam sido instaladas três armadilhas. Logo o pessoal começou a recolher os equipamentos e perceber que não nenhum animal havia transitado por ali nos últimos dias. Mais abaixo, havia outra armadilha com o playpack. Ao chegar ao local foi verificado que o gravador não estava mais funcionando, por causa das baixas temperaturas. Em relação à armadilha fotográfica observou-se que a câmera tinha batido as 36 poses, porém, depois que o filme foi revelado notou-se que o vento forte influenciou o equipamento registrando apenas folhas, galhos e a chegada do grupo. Na última câmera a ser recolhida, notamos que não havia nenhum registro e tão pouco a câmera estava funcionando, pois não resistiu ao frio. De volta à base do projeto, as atividades foram encerradas e todos integrantes começaram a se preparar para retornar as suas cidades. Cada participante recebeu como lembrança do projeto uma camiseta, a cópia do Resumo do Plano de Manejo da Reserva Biológica Estadual do Aguaí, Cartaz de Mamíferos e Áudio visual Aguaí Floresta Atlântica.
Avaliando o resultado da expedição, conclui-se que este trabalho proporcionou grandes oportunidades de aprendizado para todos os pesquisadores, buscando aliar teoria e prática. Durante os cinco dias de pesquisa, inúmeras espécies da fauna foram registradas, listando 35 espécies de aves, 14 espécies de peixes, 7 espécies de mamíferos, 2 espécies de anfíbios, 1 invertebrado aquático, além de muitos outros aspectos da flora. A expedição, também revelou pessoas inesperadas, onde cada um transmitiu sua mensagem. Quanto às ameaças a unidade de conservação, percebeu-se que na região, ainda é muito forte a cultura da caça de animal silvestre e a extração de palmito, demonstrando que é necessário evoluirmos muito no quesito educação, se quisermos garantir um futuro mais próspero. Espera-se com os resultados obtidos publicar um artigo sobre a dieta de felinos silvestres (através das fezes coletadas), intensificar a educação ambiental e para os próximos anos, tentar viabilizar um centro de reabilitação de vida silvestre. Espécies identificadas pela Expedição Aguaí Espécies de aves. ONI = onívoros, INS = insetívoros, FRU = frugívoros, CAR = carnívoros, NEC = nectarívoros e GRA = granívoros.
Espécies de peixes. ONI = onívoros e INS = insetívoros.
Espécies de mamíferos. ONI = onívoros, CAR = carnívoros.
Espécies de anfíbios. INS = insetívoros.
Invetebrados. CAN = canibal, NEC = necrófago.
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